Inovação jurídica e aumento da produtividade
A ciência do Direito, por muitos anos, foi conhecida pelas suas convenções tradicionais. Porém, existe uma nova perspectiva para o mercado, conhecida como “advocacia 5.0”, que promete transformar o setor com o suporte de insumos tecnológicos.
Até meados de 2010, fóruns, escritórios e outros estabelecimentos jurídicos apostavam nos processos físicos. Os procedimentos eram firmados presencialmente, com a figura de advogados e seus respectivos clientes – um cenário bastante diferente do de hoje.
Diante das mudanças que aconteceram nos últimos anos, é perceptível como a tecnologia proporcionou um grande salto para a sociedade. Até serviços jurídicos burocráticos são agilizados por meio de sistemas integrados e com o suporte da internet, facilitando a vida de todos os envolvidos nas relações jurídicas.
Mas o que existe hoje pode ir além: a adoção da advocacia 5.0, na qual pessoas se conectam profundamente com a tecnologia, visa criar serviços jurídicos mais ágeis e humanizados.
O conceito defende uma nova revolução no mercado, na qual Machine Learning, IoT e outras tecnologias se tornam o braço direito do profissional.
Apesar de ter ocorrido uma grande evolução na área jurídica, essas novas tecnologias podem aprimorar ainda mais o trabalho dos escritórios de advocacia. Portanto, é de suma importância acompanhar as novidades do mercado.
A seguir, entenda o que é advocacia 5.0, quais são os pilares e práticas deste novo conceito, além de vantagens de aplicá-lo no escritório jurídico.
O que é a advocacia 5.0?
A advocacia 5.0 representa a união do trabalho humano com o serviço realizado pela máquina. Sem pretensão de um substituir o outro, o conceito defende que a mão de obra dos advogados pode ser parcialmente executada pela Inteligência Artificial (IA).
Neste conceito, o advogado precisa delegar atividades pouco rentáveis e produtivas. O propósito é deixar nas mãos do profissional apenas serviços importantes, que precisam do viés humano. Enquanto isso, a máquina agiliza trabalhos repetitivos, que não estão relacionados com o core do negócio.
A nomenclatura “advocacia 5.0” é inspirada na Revolução Industrial e representa a quinta evolução da área. Há alguns anos também existiu a advocacia 4.0, em que a LGPD legislou a favor dos dados e mostrou como as informações dos usuários são importantes.
O mesmo processo acontece nos dias de hoje com a advocacia 5.0. Com a grande representatividade das IAs atualmente, cada vez mais o mercado procura se adequar às ferramentas e aproveitar os benefícios oferecidos pela tecnologia.
A busca pela tecnologia se comprova por meio de dados. Segundo pesquisas, cerca de 72% das empresas do mundo inteiro já demonstraram interesse pelas IAs só em 2024 – o que não seria diferente com o setor jurídico.
Pilares da advocacia 5.0
A revolução jurídica já se encontra na sua quinta etapa. Com a advocacia 5.0, novos pilares foram formados e novidades são estimadas pelos profissionais, a fim de melhorar a relação com o trabalho e com o serviço que é entregue para os clientes.
Embora a Inteligência Artificial seja a protagonista da vez, existem pilares que formam este novo conceito. Veja quais são:
- Sociedade 5.0: Com a relação intrínseca entre humanos x tecnologia, existe hoje uma sociedade 5.0, que depende da Inteligência Artificial e sistemas afins. A advocacia caminha por esse trajeto, tornando-se quase indissociável da tecnologia;
- Jurimetria: O termo “jurimetria” diz respeito ao uso de dados para análises profundas. Embora tenha começado na advocacia 4.0, este pilar se mantém essencial e faz parte da evolução na área;
- IoT: O uso de sistemas integrados e com acesso à internet também não é uma novidade no mercado. Este pilar se mantém na advocacia 5.0, pois cada vez é mais comum o uso de softwares de gestão e produtividade na área jurídica, com o propósito de aumentar a produtividade dos profissionais;
- Machine Learning: Nos dias de hoje, com bases de dados robustas, a Machine Learning é um pilar quase estrutural para a advocacia 5.0. Isso porque o aprendizado de máquina pode levar às melhores decisões jurídicas, aumentando o sucesso do escritório de advocacia;
- Blockchain: Ao descentralizar serviços, o Blockchain se torna pilar da advocacia 5.0 pois permite transações transparentes, mesmo sem o suporte de sistemas monopolizados. A tecnologia pode garantir veracidade para documentos, registros digitais e muito mais.
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Novas práticas da advocacia 5.0
Na advocacia 5.0, os escritórios podem tirar serviços pouco produtivos das mãos dos profissionais. A revisão de manuais, como também a escrita de petições e introduções jurídicas, ficam sob supervisão da Inteligência Artificial.
A Machine Learning, considerando o aprendizado de máquina, pode realizar uma varredura no banco de dados do escritório e levantar insights sobre os processos armazenados. Com base nessa análise, é possível reduzir a margem de insucessos em novos processos, tomando decisões mais precisas e baseadas em dados (conhecido também como cultura data-driven).
Outra nova prática que se adequa à advocacia 5.0 é o uso de blockchain. Embora muitas pessoas conheçam esse sistema devido às criptomoedas, os certificados digitais conferem veracidade graças a essa tecnologia, sendo primordial para escritórios digitalizados.
Veja o que mais se aplica nas novas práticas da advocacia 5.0:
- Uso de Chat GPT para redigir documentos jurídicos simples;
- Adoção de sistemas para gestão de tarefas;
- Armazenamento de dados para análises profundas;
- E muito mais.
Ferramentas e tecnologias da advocacia 5.0
Quando se fala sobre Inteligência Artificial, a primeira ferramenta que vem em mente é o Chat GPT. A plataforma permite que o profissional agilize seu trabalho apenas com prompts.
Os promtps são códigos que orientam a máquina sobre a resposta que o usuário está em busca. Para um escritório de advocacia, esse sistema permite que o profissional pergunte sobre algo importante e que tenha uma resposta exata do que procura.
Fora isso, os certificados digitais também fazem parte da advocacia 5.0. A tecnologia concede veracidade para assinaturas online e permite que os escritórios jurídicos estejam de acordo com as normas para a digitalização de documentos importantes.
Principalmente durante a pandemia da Covid-19, período em que muitas empresas aderiram ao sistema de trabalho remoto, os serviços realizados apenas pela internet ganharam uma proporção imensa. Dados mostram que 47% dos negócios fizeram essa transição durante o período de isolamento.
O percentual comprova que, com tanta adesão ao serviço 100% digitalizado, é de suma importância garantir uma assinatura válida para este ambiente.
Veja também quais são as ferramentas para auxiliar os advogados 4.0
Vantagens para a atuação jurídica e para a sociedade
Assim como nos outros avanços da área jurídica, existem vantagens para os profissionais e para a sociedade. A advocacia 5.0 garante, em primeiro lugar, a descentralização de serviços que não dão retorno financeiro e que não são tão importantes na rotina de trabalho.
Além disso, este novo conceito é uma grande vantagem para escritórios de advocacia abarrotados de demandas. Com o suporte das IAs, os advogados podem focar no core business e deixar atividades menos lucrativas para a máquina.
E não para por aí: a jurimetria garante que os negócios jurídicos tenham resultados mais positivos graças à análise de dados. O processamento das informações leva à tomada de decisão mais precisa por meio de insights gerados por números reais.
Sem falar que a Machine Learning, ao realizar o aprendizado de máquina sobre um banco de dados, pode executar tarefas com maestria, substituindo trabalhos poucos rentáveis ou até mesmo fazendo algo que o próprio advogado não fazia – os chatbots no atendimento ao público são ótimos exemplos.
Como o advogado pode se adaptar a essa realidade?
Os advogados não precisam inserir a Inteligência Artificial de uma vez só. É importante aderir ao novo conceito aos poucos, com bastante estudo e cuidado.
O Chat GPT para advogados, por exemplo, requer muita atenção. Embora a ferramenta retorne resultados incríveis, existem riscos ao usar dados pessoais. O profissional não pode, em hipótese alguma, inserir informações do consumidor para criar documentos jurídicos.
Uma dica para se adaptar à advocacia 5.0 é usar ferramentas já consolidadas no mercado. A doc9 é uma startup especialista em serviços jurídicos, que já atendeu grandes escritórios e empresas, como Nelson Wilians Advogados, Ambev e Simões Pires.
Com mais de 3 mil clientes e 140 colaboradores, a doc9 é sinônimo de solução para serviços jurídicos digitais. Conheça quais são os serviços oferecidos:
Inovação jurídica e aumento da produtividade
Um ponto muito importante sobre a inovação jurídica está relacionado com a interferência na produtividade. Assim como a advocacia 4.0, que foi o pontapé na análise de dados, a advocacia 5.0 tem a Inteligência Artificial como pilar de todas as demandas.
Todas as inovações jurídicas que aconteceram nos últimos anos tem o mesmo propósito: aumentar a produtividade do profissional. Advogados, promotores, defensores públicos, escrivães, entre muitas outras áreas visam o uso da tecnologia para intensificar a entrega.
Novamente, a intenção da união entre a tecnologia e o trabalho humano não é substituir a mão de obra da sociedade. Com as inovações na área jurídica, os profissionais podem se dedicar ao que estudaram e deixar questões burocráticas, que tomam muito tempo da rotina, sob responsabilidade da máquina.
Até mesmo o sistema de certificação digital é uma forma de aumentar a produtividade. O advogado da geração 5.0 não precisa rubricar infinitos documentos, basta clicar em um botão e assinar em poucos instantes, sem imprimir papéis e procurar pela folha exata.
São incontáveis inovações jurídicas que estimulam a produtividade na rotina do advogado.
Conclusão
Em suma, a advocacia 5.0 avalia qual o trabalho realizado pelos profissionais e redistribui as atividades com máquinas, a fim de deixar demandas pouco produtivas e rentáveis para as IAs.
O conceito defende que advogados devem usar a tecnologia a favor da produtividade, deixando tarefas menos importantes na responsabilidade de robôs. Enquanto isso, atividades importantes para os escritórios devem ficar nas mãos dos advogados, que são especializados nas melhores soluções – e com ideias humanizadas – para o público-alvo.
A parceria entre máquina e advogado não prevê substituições. O conceito é claro: a união visa impulsionar o trabalho dos profissionais e aproveitar os benefícios da tecnologia para reduzir a carga de trabalho.
É importante salientar que profissionais da área jurídica que usam a tecnologia de forma deliberada correm sérios riscos. A legislação brasileira já possui a LGPD, que regula o uso de dados, como também caminha para um novo Projeto de Lei sobre o uso de IA.
Toda revolução jurídica, seja da advocacia 4.0 para 5.0, como qualquer outra mudança, precisa de cautela e sabedoria. A adoção das novas estratégias acontecem aos poucos e de forma planejada.
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