19/01/2018doc9

Robôs Extinguirão as Carreiras Jurídicas! Só que não

Subjetividade”, palavra de origem Latina, entendida como o espaço íntimo do indivíduo, ou seja, como ele “instala” a sua opinião ao que é dito (mundo interno) com o qual ele se relaciona com o mundo social (mundo externo). Sob outra ótica, a subjetividade, como contraponto ao que se mostra objetivo, é observada quando da necessidade de interpretações em situações mutáveis e dinâmicas, tão comuns em um mundo em constante transformação.

Tecnologia Jurídica

No Direito, em especial no Brasil, a judicialização da relações interpessoais vem aumentando, o que faz de nosso país um dos recordistas mundiais em número de processos. Não é à toa que temos mais de uma milhão de advogados no Brasil, e o maior número de cursos de direito do mundo. E, em situação contrária à estes números recordes, vem-se discutindo muito o papel de robôs e outras tecnologia como possíveis substitutos aos trabalhos até então exclusivos dos advogados. Mas será que isso pode mesmo acontecer?

A primeira palavra deste artigo responde a pergunta: Não! Segundo pesquisas publicadas pelo jornal americano The Telegraph, as chances dos advogados serem substituídos é de apenas 3,5%, já a de juízes e magistrados atinge o patamar de 40%. Muito se fala em aplicativos e programas que através da mineração de dados e captação de informações poderão antever resultado de ações e a consequente probabilidade de êxito, com base em entendimentos consolidados de Jurisprudências dos mais variados tribunais.

Tem-se que isso pode acontecer sim, mas apenas para os processos “commoditizados”, entendendo-se por estes aquelas ações ingressadas em massa que tratam de um mesmo tema, como se fossem simples commodites. Tais processos dispensam o emprego de uma análise mais subjetiva, empregada quando da necessidade de se entender quais são os dispositivos legais mais pertinentes, que deverão ser aplicados em cada caso, para a correta resolução dos conflitos.

Personalização

Esta situação pode servir de alerta para escritórios e advogados que trabalham com o famoso “Ctrl C + Ctrl V”, utilizando-se de uma verdadeira produção em série para condução de processos e que podem sim ter seus trabalhos afetados por análises sistêmicas logarítmicas. Mas o risco pararia por aí. As demais ações, com características próprias, de assuntos não tão comuns, serão por um bom tempo ainda dependentes da subjetividade humana, frente à possibilidade de diferentes interpretações e juízos.

Qualidade Profissional

O que não pode-se negar são os benefícios que a tecnologia tem trazido para as rotinas jurídicas. Análise de movimentações processuais, conduções de processos, verificação de entendimentos e tantos outros pontos importantes, necessários para o correto andamento das demandas judiciais, já começam a sentir o poder e a comodidade oriunda dos avanços tecnológicos. De qualquer sorte, a contratação de bons profissionais, sejam para condução de processos ou mesmo para as lidas forenses, ainda depende muito de confiança e preparação dos mesmos. De uma forma ou de outra homem e máquina ainda conviverão por muito tempo em um mercado tão ilógico e subjetivo.

Robôs Extinguirão as Carreiras Jurídicas! Só que não

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